Estarrecida.
Foi assim que fiquei ao saber da acusação de assédio feita por Anielle Franco contra Silvio de Almeida.
A combinação de Assédio, Anielle Franco e Silvio de Almeida parece quase surreal, mas infelizmente é real.
Quando comecei a ler as primeiras notÃcias, pensei que era uma pegadinha, daquelas em que o tÃtulo não condiz com o conteúdo da matéria. Mas então vi que uma das pessoas envolvidas era Anielle Franco e pensei: "O quê?!"
A partir daÃ, começou todo o bafafá e eu, incrédula, fui acompanhando.
Quando o presidente anunciou seus ministros, fiquei empolgada por ver Silvio de Almeida como ministro dos Direitos Humanos. Acreditava que ele faria um ótimo trabalho nessa pasta e, de fato, estava cumprindo muito bem seu papel.
Silvio é uma dessas pessoas que eu gosto de ouvir; acompanhava seu trabalho no Instagram e os podcasts em que participava. Vibrei quando soube que ele seria o convidado do podcast do Mano Brown, que fui assistir.
Anielle também é alguém que acompanho, embora com menos frequência. A indicação dela para o ministério da Igualdade Racial me parecia excelente. Acreditava que ela faria um trabalho importante nessa área também.
Nosso paÃs realmente precisa desses dois ministérios e é maravilhoso que tenham sido entregues a pessoas com dedicação e expertise nesses temas.
Então, veio essa notÃcia... Triste. Muito triste.
São tantas camadas nessa situação que não tem como não se sentir abatida à medida que se reflete sobre o assunto.
Se alguém pensa que isso é apenas mais um exemplo de que todos os polÃticos são iguais e que isso não faz diferença na sua vida, está bastante alienado, e isso não é legal.
A coragem de Anielle em fazer essa denúncia é algo muito sério. Se for verdade, é grave; se não for, também é.
A acusação contra Silvio é extremamente séria. Se for mentira, é igualmente grave, além de colocá-lo em uma situação perigoso por ser um homem negro.
E ainda há todos os outros agravantes: uma mulher negra acusando um homem negro, ambos ministros.
Quando a notÃcia foi confirmada na sexta-feira, fiquei estarrecida. Esperava que em algum momento a situação fosse esclarecida com uma explicação do tipo: "Foi só um mal-entendido" e que poderÃamos seguir em frente aliviados.
Mas o que aconteceu foi: Anielle confirmou a denúncia, Silvio foi demitido e a PolÃcia Federal começou a investigar.
É essencial que haja uma investigação minuciosa. Ambos precisam disso. No entanto, dependendo da conclusão, um dos dois pode acabar em uma posição muito ruim.
Além disso, já começaram a circular conversas entre os dois, sugerindo um possÃvel romance e alimentando a velha misoginia, onde a mulher é sempre a culpada, e a narrativa de que a acusação pode ter sido uma retaliação por um rompimento.
A investigação está apenas começando, então ainda teremos algum tempo para ver aonde isso vai dar. E, independentemente do resultado, será um cenário triste.
Gosto do coletivo.
Ir a um show e cantar as músicas que você curte junto de um bando de desconhecidos.
Estar em uma festa e de repente toca aquela música boa e a pista lota.
Ir a um protesto/manifestação, de algo que você acredita ou que está totalmente indignada.
O Carnaval então, uma festa que une quase esse paÃs inteiro...
Tudo isso causa uma emoção imensa em mim.
Me emociona de verdade.
Acho bonito demais a gente se juntar.
Tá tudo muito loco. Esse negócio de estações do ano já foi pro beleléu.
Inverno em São Paulo fazendo 29º é surreal.
Mas ontem fez uma tarde aqui pra lá de bonita.
Saà do Centro EspÃrita_por volta das 18h_e fiquei parada, olhando admirada com a luz do sol clareando os prédios em volta, a temperatura tava amena, superagradável. Não estava calor, nem frio. Não tinha vento.
Sério, eu achei meio surreal. Comentei com algumas pessoas que estavam próximo mas não deram muita bola.
Depois no ponto de ônibus eu ainda fiquei olhando e pensando: sério, o que tá acontecendo?
O céu estava lindo. Com nuvens escuras_mas sem o menor sinal de chuva_contrastando com os últimos raios de sol.
Não tirei foto. Até porque a câmera não ia conseguir registrar a real beleza. Então, optei por só sentir e ficar observando tudo.
Quê final de tarde lindo minha gente.
Apesar de doido foi bonito demais.
Esse é o Boulos.
Voltei da viagem de férias (em março!) e ele tava aqui, morando no vazo da azaleia.
(Pegaram a réfê e_principalmente!_a ironia do nome dele né?)
De cara me deu mó sustão, dando um pulo, quando fui aguar a planta.
Agora, toda vez que vou colocar água fico primeiro procurando onde ele está para não molha-lo_e pra não levar susto de novo.
Como ele se camufla muito bem entre os galhos, virou um “onde está Boulos?”
Hoje está chovendo e fui lá logo de manhã colocar um pedaço de plástico, fazer tipo uma cabaninha, pra ele não ficar tomando chuva.
- Você tem pet?
- Não, não tenho...opa, tenho sim, um grilo.
Kkkkkkk
Ai,ai...a que ponto chegamos hein minha senhora?
(“Pegaram a réfê”...vocês quem querida? Com quem você acha que está falando aqui? hahaha)
P.S.: já salvei ele de um bem-te-vi também.
Na padaria onde compro pão todos os dias de manhã, bem ao lado da fila dos caixas, tem uma prateleira pequena de vendas de livros.
Sim, padarias em São Paulo são assim. Tem de um tudo.
A grande maioria dos livros são sobre como enriquecer, como controlar sua mente, como não ser ansioso e por aà vai.
Mas, de vez em quando aparecem um tÃtulos interessantes, daà a minha tática é: enquanto estou na fila vou pegando os livros que eu julgo bons e vou deixando nos melhores pontos de visão para quem sabe, influenciar uma boa leitura para alguém.
E por incrÃvel que pareça, lá tem um que eu considero a leitura essencial para todos que é o Pequeno Manual Antirracista da Djamila Ribeiro.
Então tá rolando o seguinte: coloco ele ali, em destaque, na frente de todos.
No dia seguinte, cadê ele? Procuro, procuro, e encontro lá atrás de um monte de livros.
Pego e coloco na frente de novo.
No outro dia...já sabem.
Então acho que tá rolando um tipo de guerra fria. Uma pessoa se incomoda com o tÃtulo_sim, existem pessoas (muitas) que se incomodam com esse tema_vai e esconde o livro. Eu vou lá e coloco em evidência de novo.
Até quando vamos nessa? Sei não.
Mas olha, somos bons viu? Já faz dias que estamos nessa.
Sigo firme.
(e claro, que tudo isso deve ser uma grande viagem da minha cabeça)
Voltei.
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Paixãozinha do momento: velas. No quarto, na sala, as vezes na mesa do trabalho para dar um tchan em dias estranhos/cansativos.
No inverno sempre gostei de ter umas velinhas acesas em casa. Dá uma sensação boa de aconchego.
Só que agora eu entendi que, vela boa (com perfume bom mesmo, que espalha no ar) é cara...
Então, tá difÃcil levar essa paixão pra frente.
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Eu relutei o máximo que pude para não ter um celular. Mas aÃ, em 2020, com o Zequinha doente tive que ceder e aceitar o aparelho que meu amigo Cris já tinha me oferecido outras vezes.
Precisava para falar com a veterinária, com o hospital, enfim.
E aÃ, como eu imaginava: não larguei mais né?
Agora acho que o celular tá roubando o tempo que eu dedicava para a leitura.
E os livros que tenho para ler também não estão contribuindo muito.
Mas o fato é que eu estava certÃssima em não querer ter o celular.
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Detesto quando faço algo que não tava na lista de “coisas pra fazer”. Porque um dos melhores pequenos prazeres é você olhar a lista e falar: opa! Isso aqui foi feito. E riscar.
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Uma aflição? Sentir minhas unhas ficando compridas.
Uma vontade? Pintar as unhas de preto_bem curtinhas, claro._
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Então, tem alguém por aqui ainda?
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É isso. Voltei.
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Será mesmo?