Riso solto

Sei que é algo muito enraizado na nossa cultura, mas torço para que isso mude... 

Dia das mães, dos pais, das crianças...

Não vejo a hora da gente evoluir e não precisarmos mais desses dias...talvez isso só ocorra na próxima geração, provavelmente eu não esteja aqui para ver...mas vai ser muito bom para quem aqui estiver. 

Gosto de algumas mudanças que essa última geração está trazendo e penso como serão as próximas...

Ouvi que uma escola mudou o nome dos dias das mães e dos pais para o "Dia de quem cuida". 

E quem cuida de uma criança? Os pais, mãe e pai solos (esse último bem raro), os avós, tia, madrinha, duas mães, dois pais...nossa, várias possibilidades. Então nesse comemoração pode ir qualquer um. Nenhuma criança vai se sentir deslocada, se de repente ela não tem mãe e sim dois pais. Ou a mãe faleceu e quem tá ali é uma tia e as crianças perguntem: por que veio a sua tia? cadê sua mãe? 

Vai ser legal pra todo mundo porque o dia é de todos. É de quem cuida.

Vai ser legal também para aqueles que o pai já faleceu não ficar vendo nas redes sociais fotos e mais fotos das pessoas felizes com seus pais. Penso sempre neles nesses dias. E quem não tem? E ainda mais delicado: e quem foi abusada ou abusado pelo pai e carrega esse trauma e essa dor?

Por que a gente não pode presentear as pessoas de quem gostamos sem datas marcadas? Por que as declarações das redes não podem ser feitas em uma conversa? Ou por um bilhete? E por que exclusivamente nesses dias?

Como deve ser para um casal que não pôde ter filhos ver tantas fotos nos dias das crianças com seus pais felizes agradecendo a benção de tê-los? Ou ainda, e quem não teve uma infância digna de ser lembrada?

Ah, então eu não posso comemorar esse dia por causa dos outros? Pode claro, não é isso. Mas seria bem legal pensar neles nesses dias e tentar de alguma forma amenizar essas dores.

Pensa comigo, você postar em um dia aleatório uma mensagem de amor pela sua mãe pode ser bem menos doloroso do que um dia específico de postagens, que a pessoa já aguarda ali com tensão, a falta da mãe pulsando, o presente que queria ter comprado assim como a maioria fez...

E por que que não podemos mais viver esses momentos sem postar nas redes sociais? Por que não podemos simplesmente almoçar todos juntos, comemorar e pronto? Não é isso o que realmente vale? Claro que podemos tirar fotos, que delícia é ver depois, ficar relembrando. E aí quem sabe postar em um dos #tbt's das redes.

No Natal então temos a velha máxima que "se passa em família". Poxa, barra para quem não tem hem? Ou a família não tem a possibilidade de estar juntos ou não tem um clima bom para comemorações em casa...

Pode parecer bobo, pode parecer pouco, mas acho legal de se pensar.

Vai ser uma evolução bonita, verdadeira e respeitosa. Como toda evolução deve ser.

P.S: Quem disse tudo isso é a pessoa que já postou foto da família reunida no Natal 😬. Mas que agora vai pensar nisso tudo aí antes e provavelmente não postar mais, talvez um outro dia, quem sabe.

Tem um momento que começamos a deixar de ver os meninos como os chatos de galochas e passamos a nutrir um certo interesse por eles. E vice-versa.

Acho que é bem o comecinho da adolescência essa fase. Um dia a gente tá com aquela turminha exclusiva de garotas e no outro dia já é uma turminha mista, todo mundo querendo se entrosar. 

E aí começam os primeiros "pedidos de namoro". Gente eu nem sei que namoro era aquele, porque não acontecia nada né? rsrsrsrsrs Acho que era só o rótulo que um dava para o outro, e só.

Mas me lembro que tinha o ritual de praxe: o menino pedia a garota em namoro e ela respondia "me dá dois dias para pensar". Há, há, há. Não "pegava bem" aceitar assim logo de cara. Diziam.

Até que um dia a conversa foi diferente. 

- O fulano me pediu em namoro!

Foi aquele alvoroço na rodinha das meninas.

- E o que você falou?

- Ué, aceitei!

Espanto! 

- Como assim? Você não pediu uns dias para pensar??

- Não! Pra quê? Eu queria mesmo namorar com ele! Pra que pedir dois dias se eu já sabia da resposta?

Não me lembro quem era a menina, mas lembro que pensei: verdade! Que besteira isso! 

Certeza que foi um dos momentos que me acendeu uma luzinha na mente para esses padrões tãoooo bobos que jogam para cima de nós.

Queria me lembrar quem era essa menina, queria saber como ela está hoje.