O pai da Flávia

fevereiro 15, 2021

Depois de muito tempo de formados, a turma do pai da Flávia marcaram uma data para um reencontro.

E lá foram eles: o encontro foi recheado de abraços, surpresas, nostalgia e muita conversa.

Só que as conversas, disse ele, giraram mais em torno de: trabalho na empresa tal, tenho tal cargo, troquei de carro recentemente, tenho um filho que tá estudando fora...

E nesse dia eles resolveram manter esse encontro constante, que não iriam mais perder o contato.

E assim foi.

Só que quanto mais os encontros aconteciam mais as conversas mudavam...um disse que andava meio depressivo, outro com receio de ser demitido, o outro não tava com o casamento lá essas coisas, um filho tinha se tornado dependente de drogas...

E aí os encontros pareciam ter mais sentido. A vida real veio a tona. E ela mescla momentos bons com períodos difíceis e vice-versa.

A gente que tem essa mania boba de só mostrar esse status falso de felicidade, essa vida perfeita que não se sustenta pois a realidade é outra.

Recentemente ouvi essa pergunta: você aceitaria uma viagem para Fernando de Noronha, com tudo pago, mas sem poder levar a câmera ou celular, ou seja, não teria uma foto dessa viagem para recordação ou para postar nas redes sociais. E aí? Sentiu uma dorzinha de se imaginar nessa situação? De alguém falar: cadê as fotos? E você responder: não tem.

Por quê?

Acho uma boa análise pra gente fazer. 

Já postar nas redes um vacilo que cometemos, a decepção que causamos em alguém, é algo que talvez mesmo se nos pagassem a gente não publicaria.

Doido não é? 


 


0 comentários